As organizações criminosas estão a adaptar o seu modo de atuação para aproveitarem a crise pandémica provocada pelo Covid-19. Num relatório da Europol – agência europeia de polícias – publicado esta sexta-feira são indicadas três áreas de ação em crescendo: cibercrime, com as crianças como um dos alvos, bens contrafeitos e várias fraudes.
Toda esta situação tem implicações na segurança interna da União Europeia (UE). Os criminosos rapidamente apreenderam as oportunidades para explorar a crise, adaptando os seus modos de operação ou desenvolvendo novas atividades criminosas.
“Toda esta situação tem implicações na segurança interna da União Europeia (UE). Os criminosos rapidamente apreenderam as oportunidades para explorar a crise, adaptando os seus modos de operação ou desenvolvendo novas atividades criminosas. Os grupos do crime organizado são notoriamente flexíveis e adaptáveis. A sua capacidade de explorar esta crise significa que precisamos de estar constantemente vigilantes e preparados”, assinala Catherine de Bolle, a diretora executiva da Europol.
Segundo esta agência europeia, as medidas restritivas em vigor nos diversos países “têm um impacto significativo sobre o cenário criminal grave e organizado, bem como na ameaça dos extremistas violentos”.
Neste relatório são indicados seis fatores que estão a potenciar as mudanças:
1- A grande procura de certos bens, equipamento de proteção e produtos farmacêutico;
2- A diminuição da mobilidade e mobilidade e fluxo de pessoas em e para a UE;
3- O grande aumento de pessoas que estão em casa em teletrabalho, dependentes de soluções digitais;
4- As restrições à circulação pública que tornarão alguma atividade criminal menos visível, deslocando-a para casa ou para configurações online;
5- Aumento da ansiedade e do medo pode criar vulnerabilidade à exploração;
6- Oferta reduzida de certas mercadorias ilícitas mercadorias na EU.
Os alertas da Europol
Cibercrime: atenção às crianças e teletrabalho
O número de ataques cibernéticos é significativo e deve aumentar ainda mais.
1- Os e-mails de phishing têm aumentado, bem como os ataques com malware por meio de links maliciosos e anexos.
2- A Europol recebeu informações de vários países, segundo as quais, está a haver um “forte aumento da atividade on-line de quem procura material de abuso infantil”, através de constantes publicações que pretendem envolver as crianças, que estes criminosos esperam estar “mais vulneráveis devido ao isolamento, menos supervisão e maior exposição online”;
3 – Os cibercriminosos tentarão explorar um número crescente de organizações que adotaram o teletrabalho e atacar os seus sistemas ;
Hospital alvo de ciberataque
No passado dia 12 de março, o Hospital Universitário de Brno, na República Checa, foi alvo de um ataque cibernético. O incidente levou o hospital a adiar cirurgias urgentes e a redirecionar novos pacientes graves para um hospital alternativo.
No passado dia 12 de março, o Hospital Universitário de Brno, na República Tcheca, foi alvo de um ataque cibernético. O incidente levou o hospital a adiar cirurgias urgentes e a redirecionar novos pacientes graves para um hospital alternativo
O hospital foi forçado a desligar todo o sistema informático e dois outros hospitais filiais, o Hospital Infantil e a Maternidade Hospitalar, também foram afetados.
Fraudes em produtos
1 – Foram reportados vários esquemas de fraudes, tendo como alvo cidadãos, empresas e organizações públicas: fraudes telefónicas; de fornecimento e de descontaminação proliferam na EU, atingindo um número crescente de vítimas em toda a EU, explorando as ansiedades à medida que a crise persiste;
2- Nas próximas semanas e meses são expectáveis novos golpes, com um grande potencial de prejuízos financeiros para os cidadãos, empresas, organizações e instituições públicas;
3 – Os criminosos também inovaram com esquemas para provocar especulações em ações relacionadas com o COVID-19, com promessas de lucros substanciais.
Encomendas não recebidas
As instituições que procuram adquirir material, como máscaras de proteção e outros equipamentos, estão a ser alvo dos golpistas. Segundo a Europol, a investigação de um Estado-Membro sobre a transferência de 6,6 milhões de euros de uma empresa para outra em Singapura, para aquisição de gel desinfetante e máscaras, concluiu que as mercadorias nunca foram recebidas. Noutro caso reportado à agência, uma empresa perdeu 300 mil euros numa encomenda de 3,85 milhões de máscaras. São vários os exemplos idênticos relatados por outros Estados-Membros.
Contrafação / falsificação
1- A grande procura por certos produtos de proteção e prevenção criou um mercado substancial para falsificadores;
A venda de produtos falsificados de assistência médica e sanitária, bem como de equipamentos de proteção individual e produtos farmacêuticos falsificados, tem-se multiplicado desde a eclosão da crise
2- A venda de produtos falsificados de assistência médica e sanitária, bem como de equipamentos de proteção individual e produtos farmacêuticos falsificados, tem-se multiplicado desde a eclosão da crise;
3- A Europol considera “particularmente preocupante para a saúde pública” a distribuição de kits falsificados de testes para a novo coronavírus.
Desmanteladas 37 organizações criminosas
Entre os passados dias 3 e 10 de março, a Europol apoiou uma operação internacional de combate aos medicamentos falsificados. A “operação Pangea”, coordenado pela INTERPOL, envolveu 90 países em todo o mundo.
Foram apreendidas cerca de 34.000 máscaras cirúrgicas falsificadas – o material mais frequentemente vendido online.
Foram apreendidas cerca de 34.000 máscaras cirúrgicas falsificadas – o material mais frequentemente vendido online. Foram identificados mais de dois mil links para produtos relacionados ao COVID-19.
Os resultados da operação revelaram ainda um preocupante aumento de medicamentos antivirais não autorizados, como a cloroquina antimalárica. Largas quantidades de vitamina C, conhecida por suas propriedades imunológicas, outros suplementos alimentares, bem como analgésicos e antibióticos foram apreendidos em todo o mundo. Foram detidas 121 pessoas e desmantelados 37 grupos de crime organizado.
Assaltos a residências
1- Foram reportados à Europol vários tipos de esquemas de roubos e furtos a casas, adaptado à nova realidade. Os criminosos fazem-se passar por autoridades públicas para conseguir que as pessoas lhes abram a porta;
Visam particularmente as franjas mais vulneráveis da sociedade, como os idosos
2 – Visam particularmente as franjas mais vulneráveis da sociedade, como os idosos;
3- A Europol prevê que as lojas e instalações médicas venham também a ser alvo de assaltos organizados.
Falsos médicos a meio da noite
Vários Estados-Membros comunicaram modus operandi semelhantes. Os criminosos conseguem acesso às residências particulares fingindo que são equipas médicas, ou estão a entregar material informativo, produtos de higiene ou a realizar testes ao coronavírus.
Num dos países, os autores do assalto chamaram a vítima para lhe dizer que tinha um parente infetado, no hospital. Alegaram que ela tinha de ser testada de imediato.
Num dos países, os autores do assalto chamaram a vítima para lhe dizer que tinha um parente infetado, no hospital. Alegaram que ela tinha de ser testada de imediato.
Os falsos médicos entraram na casa da vítima, vestidos com roupas de proteção e máscaras no meio da noite. Até fingiram tirar uma amostra da boca da vítima com um cotonete e limparam os antebraços com tiras de papel para os testes.
Tráfico de droga
A Europol diz que “é difícil avaliar o impacto, a curto prazo, da atual crise pandémica nos mercados de drogas”. No entanto, é sublinhado neste relatório, “é provável que mude a dinâmica da oferta e procura, o que pode atrapalhar os canais ilegais de abastecimento.
Esta área, sublinha a Europol, requer uma atenção especial por parte das forças de segurança, “pois a escassez de abastecimentos tem o potencial de se traduzir num aumento do número de casos de violência relacionada com as drogas, entre rivais fornecedores e distribuidores.
Migrações
“O contrabando de migrantes tem sido, nos últimos cinco anos, um importante desafio humanitário e de segurança para UE nos últimos cinco anos e vai continuar a ser durante a pandemia de COVID-19”, afiança a Europol.
Neste sentido, “é provável que haja maior procura por redes de auxílio à imigração ilegal para entrar na UE ou criar movimentos secundários, contornando as o reforço das medidas de controle nas fronteiras atualmente em vigor em toda a UE”.
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